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Brasil perde 34 milhões de toneladas de grãos por ano por falta de armazenagem

Apenas 14% da produção agrícola brasileira é armazenada nas fazendas, enquanto nos EUA esse percentual chega a 65% Farming Brasil Anualmente, o Brasil perde aproximadamente 34 milhões de toneladas de grãos por falta de uma estrutura adequada de armazenagem em todas as etapas da cadeia produtiva do agronegócio. O cálculo é do especialista em logística, Renato Pavan, e foi apresentado em palestra no seminário Infraestrutura de Transportes e Logística: Visão dos Usuários, na segunda-feira (04/12).

Armazenagem de grãos

Ele destaca que esse déficit de armazenagem gera ainda mais ineficiência na economia brasileira, já tão prejudicada por conta dos elevados custos causados pelas condições inadequadas das rodovias, ferrovias e portos. “O ponto mais crítico da falta de armazéns está nas fazendas, uma vez que hoje apenas 14% da produção agrícola brasileira é armazenada nelas, enquanto nos Estados Unidos esse percentual chega a 65%”, diz Pavan. “Hoje, o custo da tonelada de grãos transportada de Sorriso, no Mato Grosso, até o porto de Santos é de US$ 102, enquanto nos Estados Unidos não passa de US$ 51, e na Argentina sai por US$ 79.” (Leia também: Silo na fazenda: investimento em armazenagem ajuda produtor a lucrar mais)

Fretes do transporte de cargas

No encontro também foi feita uma avaliação econômica e jurídica sobre vários projetos de lei que tramitam no Legislativo e que interferem nos preços dos fretes do transporte de cargas, estabelecendo uma política de preços fixos. “Todas as propostas em análise geram dúvidas quanto a sua constitucionalidade e são claras ameaças à livre iniciativa, livre negociação e também ao regime de concorrência, fatores essenciais para o funcionamento da economia de mercado”, afirmou Leonardo Zilio, gerente de Relações Setoriais do Sindicom. Segundo cálculos da entidade, se essas propostas forem transformadas em lei, no curto prazo, teremos um aumento de até 9% nos custos do frete. No longo prazo, podemos chegar a uma elevação de até 30%.

Para Andréa Häggsträm Rodrigues, advogada da área de Assuntos Legislativos da Confederação Nacional da Indústria (CNI), que também proferiu palestra no evento, as propostas são “tão absurdas que é difícil até analisar seus méritos”. Apesar disso, ela informa que os projetos estão tendo tramitação acelerada na Câmara dos Deputados. “Caso sejam aprovadas, as propostas devem prejudicar, sobretudo, as pequenas indústrias”.

O evento que aconteceu em São Paulo foi organizado pela Associação Brasileira do Agronegócio (Abag), Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais (Abiove), Associação Nacional dos Usuários do Transporte de Cargas (Anut) e Sindicato Nacional das Empresas Distribuidoras de Combustíveis e Lubrificantes (Sindicom).

Leia a matéria na íntegra em SF Agro | Farming Brasil